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O que é coordenação motora fina?

O desenvolvimento da motricidade fina é essencial para a interação da criança com o meio e com os objetos e ferramentas necessárias, por exemplo nas atividades da vida diária. A partir do desenvolvimento da nossa coordenação motora fina que somos capazes de realizar tarefas do dia a dia, como escovar os dentes, lavar uma louça, pentear o cabelo e abotoar uma blusa.

Neste artigo você vai encontrar tudo o que precisa saber sobre coordenação motora fina:

  1. Você sabe o que é coordenação motora?
  2. Quais são os tipos de coordenação motora?
  3. Mas por que a coordenação motora fina é importante?
  4. O que precisamos para ter/desenvolver a coordenação motora fina?
  5. Como observar a coordenação motora fina na criança e como estimular em casa?
  6. Atividades que devem ser observadas e sugestões de brincadeiras
  7. Como saber se meu filho tem atraso ou dificuldade na coordenação motora fina?

 

Você sabe o que é coordenação motora?

Coordenação motora é a capacidade que nosso corpo tem de coordenar os movimentos. Essa coordenação ocorre através da integração entre o cérebro, músculos e articulações. 

Quais são os tipos de coordenação motora?

No nosso desenvolvimento aprendemos:

  • a coordenação motora ampla, que envolve habilidades menos delicadas, como pular, subir e descer escadas. E está relacionada a grupos grandes de músculos e diretamente ligada à capacidade para realizar atividades esportivas. 
  • e a coordenação motora fina, que relaciona-se com habilidades mais delicadas, como desenhar, pintar e manusear objetos pequenos. Nesse caso, observa-se um envolvimento de pequenos músculos. Em geral, essa coordenação envolve principalmente os membros superiores, em especial as mãos.

Nesse texto, falaremos sobre o desenvolvimento na coordenação motora fina na criança, sua importância para nossa independência e autonomia no dia a dia, além de dicas de como estimular em casa através da brincadeira.

Então, vamos lá!

Como dito brevemente antes, o desenvolvimento motor fino é a maneira como usamos os nossos braços, mãos e dedos. O que inclui alcançar, agarrar e manipular objetos tais como tesoura, lápis, talheres, etc. Ou seja, é a capacidade de usar a mão e os dedos de forma precisa, de acordo com a exigência da atividade e refere-se às competências necessárias para manipular um objeto. 

Mas por que a coordenação motora fina é importante?

Pois o desenvolvimento da motricidade fina é essencial para a interação da criança com o meio e com os objetos e ferramentas necessárias, por exemplo nas atividades da vida diária. A partir do desenvolvimento da nossa coordenação motora fina que somos capazes de realizar tarefas do dia a dia, como escovar os dentes, lavar uma louça, pentear o cabelo, abotoar uma blusa, tomar um copo de água, cortar papel com tesouras, brincar com blocos, pegar objetos com as mãos, comer, escrever e colorir, ou seja, atividades que uma criança é capaz de fazer sozinha.

Já viu crianças com pouca habilidade de, por exemplo, cortar uma revista ou um jornal as figuras, mas tem dificuldade de fazer isso? Muitos adultos continuam com essa dificuldade e acham que é normal , mas a verdade é que falta desenvolver melhor essa coordenação motora fina.

 

O que precisamos para ter/desenvolver a coordenação motora fina?

As habilidades motoras finas são o resultado de pequenos músculos desenvolvidos, como: músculos da mão, da palma e dos dedos, bem como os músculos que envolvem a boca e os olhos. Quando falamos de coordenação motora fina, ou de competências manipulativas, estamos nos referindo a várias ações, que podem ser resumidas: alcançar; agarrar; carregar/transportar; largar voluntário; uso bilateral das mãos; manipulação na mão e destreza. 

Normalmente, é só quando a criança vai para a escola que começa a se falar do desenvolvimento da motricidade fina e é também nessa fase que alguns adultos começam a notar as dificuldades no desempenho da criança, caso elas existam. Nessa etapa escolar é quando os pais e professores dão mais atenção à forma como a criança segura o lápis, como fazer contorno, como usa a tesoura, cola, abotoa botões e usa talheres. 

Entretanto, a partir dos 2 meses de idade, já é possível notar traços do desenvolvimento motor fino, pois nessa idade a criança começa a interagir mais, a observar mais movimentos, objetos e pessoas a sua volta.  Com isso, em alguns meses o bebê já será capaz de adquirir habilidades sociais, cognitivas e motoras como por exemplo: sorrir,  alcançar objetos, segurar brinquedos e levar objeto à boca.

Embora muitas vezes consideremos essas tarefas fáceis, o desenvolvimento das habilidades das quais essas ações dependem é crucial para o desenvolvimento do seu bebê. Um ambiente propício à prática e ao exercício repetitivo ajuda a equilibrar o sistema nervoso amadurecido do seu bebê e os músculos para garantir que as habilidades motoras finas se desenvolvam em sincronia com a maturidade emocional e física da criança. A motivação natural e a curiosidade, juntamente com o brincar e as atividades apropriadas, aumentam esse processo. Dê ao seu bebê muitas oportunidades de praticar habilidades motoras, como, por exemplo, brinquedos com texturas, barulhos, formato e até cores diferentes, pois ele tem um impacto significativo.

Como observar a coordenação motora fina na criança e como estimular em casa?

Recém-nascidos e pequenos bebês movem as mãos e braços juntos, como se fossem um só, com o passar do tempo, eles ganham controle sobre mãos e braços, que passam a se movimentar separadamente. Nas etapas finais de desenvolvimento, a coordenação junta todas as habilidades previamente aprendidas, de modo que o bebê consegue alcançar e apanhar um objeto intencionalmente. 

Atividades que devem ser observadas e sugestões de brincadeiras

A seguir algumas atividades que devem ser observadas em cada fase de desenvolvimento e sugestões de brincadeiras para estimular a coordenação motora fina no seu bebê

  • De 0 a 2 meses: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular o bebê?

O bebê logo que nasce explora o mundo pelo corpo, e é através das sensações da pele, dos músculos e dos movimentos que ele vai se descobrindo. A visão ainda não está desenvolvida, por isso ele enxerga na distância do rosto com o colo, em torno de 15 a 20 cm. As brincadeiras duram pouco tempo e o bebê pode se cansar com facilidade. Lembre que ele ainda está conhecendo seus limites. Algumas brincadeiras incluem brinquedos como chocalho colorido ou contrastante, como vermelho e amarelo, ou preto e branco; móbiles coloridos; e colocar o bebê de barriga para baixo enquanto estiver acordado.

  • De 3 a 4 meses: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular o bebê?

O bebê neste período já está mais ativo, sorri para você e é mais interativo. Começa a notar que ele pode esbarrar sem querer em um objeto e pode agarrar ainda que sem querer brinquedos ou roupas que estejam por perto. Sua visão já tem maior foco e já reconhece melhor os pais. Nessa fase, o bebê junta as mãos, vira a cabeça para achar quem está falando e pode tentar levantá-la. Agarra um chocalho, vira de barriga para baixo e mantém a cabeça firme quando sentada. Algumas brincadeiras incluem mordedores, argolas maiores para segurar, e dedoches.

  • De 5 a 6 meses: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular o bebê?

O bebê já consegue olhar em todas as direções, perceber de onde vêm os sons e pegar o que ele quer. Nessa fase o bebê experimenta novas posições como rolar e sentar, por isso o cuidado deve ser redobrado.Além disso, já consegue passar o brinquedo de uma mão para a outra. Alcança e segura objetos. Toca os pés. Levanta os braços para ir ao colo. Começa a sentar sem apoio. Eleva o tronco apoiada nas mãos. Tenta alcançar objetos pequenos. Brincadeiras com potes, cubos e bolas são bem vindos nessa fase.

  • De 7 a 9 meses: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular o bebê?

Aqui ganhamos uma função importante: o movimento de pinça, que é a junção do indicador com o polegar. Gosta de objetos que possa pegar e bater usando as duas mãos. Pega dois cubos. Puxa para ficar de pé. Senta-se sozinha e sem apoio. Engatinha. Fica de pé com apoio. Já realiza a pinça polegar – dedo. Algumas brincadeiras incluem: explorar a comida – deixe que ele/ela pegue os alimentos com a mãe, sinta sua textura, seu sabor, explore as cores e os utensílios como a colher e o prato; jogos que tenham “ação e reação” – apertar um botão e acender uma luz; além de livros e brinquedos com maiores detalhes.

  • De 9 a 12 meses: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular a criança?

As crianças já estão super ativas, engatinham, se colocam de pé e podem andar. A fase social é potencializada, a criança já dá tchau, manda beijo, imita expressões faciais, gestos e sons. Algumas brincadeiras incluem: empilhar cubos menores; guardar objetos em potinhos; “faz de conta” com cozinha ou profissão.

  • De 1 a 2 anos: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular a criança?

Nessa fase a criança já está caminhando com segurança e mais falantes. Já segura um giz de cera com a mão toda e pega de um livro. Segura colher e tenta comer. Fica de pé sem ajuda. Aprender a andar e a correr. Sobe escadas segurando o corrimão. Inclina-se para pegar objetos e voltar para a posição de pé. Arremessa bola. Faz torre de 4 cubos.  Ela se diverte sozinha e explora mais os brinquedos. Selecione brinquedos e atividades que auxiliam a criança a absorver ideias e estimular a criatividade. 

  • De 2 a 3 anos: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular a criança?

As crianças de dois anos são cheias de energias, entusiasmo e adoram explorar – sem contar que estão ficando mais independentes. Nessa idade também as crianças começam a ficar mais sociáveis com outras crianças. Já é capaz de fazer torres de 6 cubos. Recorta papel com tesoura. Faz traços simples com giz de cera, imita uma linha vertical. Colocar miçangas em um barbante. Arremessa bola em um alvo.

  • De 3 a 6 anos: Quais atividades e sugestões de brincadeiras para estimular a criança?

Ainda explora muito o sistema motor amplo, mas já pode ficar mais tempo sentado e com maior tempo de atenção. Nessa fase então a criança já é capaz de copiar linhas e formas; fazer torre de 8 cubos; pegar lápis ou caneta fazendo movimento de pinça com os dedos; escrever o nome; cortar em cima da linha do papel. Nessa fase as atividades do dia a dia começam a ser mais complexas, como começar a vestir-se e se despir-se de maneira independente; abotoar e fechar zíperes. 

Ao realizar uma habilidade motora fina e observarmos os movimentos das nossas mãos e dedos, conseguimos identificar aspectos mais específicos que dão suporte para que esse uso seja funcional, como: estabilidade na extensão de punho, estabilidade do arco palmar, estabilidade da pinça indicador/polegar, manipulação na mão

É de extrema importância que a criança tenha a oportunidade de se envolver numa variedade de experiências de movimento e se relacione com as pessoas e objetos que a rodeiam. Ao garantirmos que a criança tenha um desenvolvimento e crescimento adequado, ajudamos ela a se tornar competente para responder às suas necessidades e às do seu meio. 

Através da exploração, a criança desenvolve a consciência de si mesma e do mundo exterior, sendo uma condição essencial para a maturação das suas competências e que por sua vez, vão levá-la à conquista da sua independência. O brincar na infância tem papel fundamental para a coordenação motora fina, o que nos permitirá quando mais velhos realizar tarefas mais complexas do dia a dia. 

Quer saber mais sobre atividades de coordenação motora fina? Clique aqui 

Como saber se meu filho tem atraso ou dificuldade na coordenação motora fina?

Como falado anteriormente, torna-se mais perceptível na fase escolar, entretanto, observe seu filho brincando, brinque com ele, estimule a criatividade, varie a forma de brincar. Caso perceba qualquer dificuldade da criança durante o brincar, ou que ela apresente uma brincadeira repetitiva, como jogar objetos no chão, não dar função para o brinquedo ou mesmo apenas levar à boca: Procure uma terapeuta ocupacional para fazer uma avaliação, ou nos procure para agendamento.

A partir de uma avaliação minuciosa é possível compreender o impacto funcional que essa dificuldade tem, e obter orientações específicas e dentro do que é necessário para cada criança e sua família.

Caso ainda tenha dúvida, mande uma mensagem para a gente. Logo no final desta página tem um formulário em “Fale com a gente” que fica sempre disponível para que tire todas as suas dúvidas ou que marque uma avaliação ou consulta. 

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Adoramos trocar com você!

Por Tainara Brites,
Terapeuta Ocupacional
Crefito – 2 019594TO

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